terça-feira, 9 de junho de 2009

"Polícia prende homem que ensinou filho e sobrinha a roubar em SC"

Veja: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1188361-5598,00-POLICIA+PRENDE+HOMEM+QUE+ENSINOU+FILHO+E+SOBRINHA+A+ROUBAR+EM+SC.html



Será essa a educação que teremos daqui por diante?
Homens que ensinam crianças de três anos a roubar, a matar?
O que estamos fazendo pra combater toda essa violência e valores distorcidos de uma sociedade sem escrúpulos.
O que se passa na cabeça de um homem com atitudes tão rudes, desumanas, doentias?

Será que estavam certos ao dizer que é mais fácil mudar o menino de amanhã do que o homem de hoje?!
Se for verdade como afastá-los dos homens de hoje?!

Como inverter essa situação?!

domingo, 7 de junho de 2009

A gente se abre e permite que alguém faça parte de nós.

Observando casos passados, me deparei comigo mesma e como sou diferente dos demais. Não é me gabando que falo isso. Falo meio até fora do circulo, deslocada.
A maioria das pessoas acha que gostar, se comprometer com alguém é por nas mãos do outro toda responsabilidade de ser feliz. As coisas não são assim. Pelo menos para mim. Tem que haver uma balança, um olhar na mesma direção, sem que sufoque ou prive a outra pessoa dos desejos só pra te satisfazer. Claro que há exceções, uma besteirinha aqui outra ali. Mas pedir pra que seu amor mude o tempo todo, ficar chamando sua atenção de minuto a minuto... Isso não é amor! É desejo de posse.
Afinal, se não te agrada o jeito dele, por que se envolver enquanto podes estar livre e encontrar uma pessoa pra rir das mesmas coisas, que discorda de algumas opiniões sem querer impor as dele, que deixar de ir a uma festa só pra ficara assistindo filme ou ate ficar sem fazer nada, só te admirando, só pelo doce prazer da sua campainha ou até mesmo te ver em poucos minutos durante o dia pra lembrar teu cheiro e sentir sua pele?
Amor não se implora amor, se dá e recebe. É uma troca mútua quando as pessoas se abrem. Quando se permitem. É arriscar e viver.
Pedir que seu companheiro não viaje para desfrutara uma nova proposta de emprego e lhe privar de concluir um sonho, por você ter medo de ser traída ou porque vai sentir muita saudade e não sabe se vai agüentar tanto tempo longe. É egoísmo. Não é amor.
E sejamos realistas, amor que é amor agüenta tempo, distancia e sempre há confiança. São à base de qualquer relacionamento. Até na amizade, qualquer um.
Como em qualquer relacionamento o termômetro é inconstante. Não há medida certa. Seu humor pode estar ótimo e do seu companheiro não. Vise versa. Ou estarem em um dia florido. E ser tudo lindo. O importante é que se respeitem e saibam o limite muitas vezes desmedido que existe.
Uma vez me disseram que eu desistia muito fácil daqueles que eu gostava. Se tratando de amor, não acredito que “pedra dura tanto bate até que fura”. E não é que eu desista, o amor não é uma competição, é questão de você sentir que amor não se impõe, amor se conquista, se sente. É quando se tem necessidade de estar com outrem por ele te fazer bem e te fazer esquecer todo o mundo e saber que longe dali você pode ser você mesmo, ele não é uma droga viciosa te impedindo conquistar seus objetivos. Ele é um dos fatores que te impulsiona e você esta feliz porque mesmo longe ele está ali com você. É acordar cedinho pensando nele e dormir querendo escutar sua voz. É saber que ele, só ele pode te ligar de madrugada pra contar qualquer acontecimento, ou perguntar como uma pessoa boba, se você estava dormindo.
Não há como impor amor, por mais que se queira. E pensar se um dia dará certo é só mais um motivo pra se iludir. A vida não pára se não deu certo. Mesmo que ainda exista amor é preciso continuar, afinal, deve ter alguém especial nesse mundo que vai te fazer feliz e que você vai fazer feliz. Quando se está distraída, e ele simplesmente vem.
Então viva,ria,saia com amigos, desfrute dos dias ao lado das pessoas queridas e quando o amor vier largue o medo... Viva-o.

sábado, 6 de junho de 2009

Quando a trilha sonora da mine série Capitu passava entre um comercial e outro,lembro-me de ficar encantada,curiosa. A música me embalava em um ritmo pulsante.
Ao assistir o clipe senti uma paixão que não se difere bem. Posso arriscar dizer que me trouxe vida,não era como as outras músicas.
Ela não só me fazia sentir viva como trazia vida.
Os movimentos dos bailarinos entram em perfeita consonância com a música.Suas expressões suaves e precisas.Um teatro de sentimentos onde não se tem medo do amor. Onde se vive ele.
Hoje, foi um bom dia pra escutar música. Entre elas: Elephant Gun.
http://www.youtube.com/watch?v=SWSz_PAfgNc

“E ele rompe através do silêncio, tudo o que resta é o que quero esconder”


'Elephant Gun é uma arma usada para capturar animais de grande porte, principalmente elefantes, como o próprio nome diz.'

By, Mayra

FACES DO MEU SILÊNCIO

O meu silêncio não lhe diz nada porque ele fala para mim. Ele me diz coisas que preferia não escutar, ou mesmo que não existissem. Ele expressa dúvidas, insatisfações, medos e tormentos comuns a quem vive processos contraditórios, marcados por inflexões e descontinuidades. É típico da espécie humana, principalmente, a feminina.O meu silêncio é repressor, enganoso e instigante, mas quando não estou pronta para falar e ouvir é o único recurso do qual disponho.As vezes me incomoda, pois remonta a construções que prefiro negar, mas que são constantemente afirmadas pelos meus calados questionamentos.Permeado por conflitos, dúvidas e perguntas insistentes, ele fala de mim, porém você não compreende. Ele coloca em xeque as certezas que penso ter e por vezes responde perguntas que geralmente temo indagar.O meu silêncio é como eu, nega e afirma simultaneamente. É forte, frágil, doce, amargo, sutil, e impetuoso. Não existe para ser por inteiro decodificado, mas somente expressa o sincrético e tortuoso mundo dos que, como eu, encontram-se apaixonados.

Por: Patrícia Gonçalves

Os Três Mal-Amados


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.