domingo, 2 de agosto de 2009

28/2/2009

Ontem chorei. Não um choro nostálgico. Seria de contentamento? Verdade que não sei explicá-lo. Teria sido pelas fotos antigas, tanto tempo guardadas? Pela música que tocava enquanto relia cartas já esquecidas? Ou por lembrar-me de quem as escreveu?
Não sei, não sei.
Creio nas lágrimas. São ótimas para limpar a alma. Chorar é tão bom quanto uma boa gargalhada. Quando choro por passados erros, por dores físicas, por deslealdade de chamados amigos, por deslealdade minha ou choro por entes e amigos queridos que já se foram, a lágrima cai como consolo,confortando, libertando minha tristeza e ânsia.
Há tempos não chorava como ontem. Há tempos não me sentia tão leve por chorar.
Quando as senti rolando em minha face não as reprimi,não as desprezei,deixei que tocassem meu coração.

by,mayra

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Como as palavras*

Mais uma vez eu sentia o frio. A nevoa me dava calma, uma sensação de bem estar profundo, preenchia um vazio profundo.Não desejava voltar. Sabia que ao retornar as coisas sucederiam novamente e como um tufão de provações, sofreria. Sofreria a inércia de mim mesma. Sofreria o que eles quisessem que eu sofresse. Há muito tempo travava meus olhos, e com ele o coração. Há muito tempo não deixava dos olhos uma lágrima cair. ‘’As emoções eram peles seca. ``Certa vez pensei que tudo começava fazer sentido, finalmente. Errei feio.Fui ao céu e ao inferno em questão de segundos... Estremeci. Permanecia inerte, coração estarrecido, alma pedindo colo, como uma criança que só quer afeto. Terei eu falhado, teriam eles falhado? Um passo atrás seria retroceder lentamente ao suicídio. Minha mente não aguentaria, meu corpo, minha alma não aguentariam.A ideia de não ter aprendido nada com os erros anteriores me fizeram errar cada vez mais. O fundo do posso era o único lugar seguro para ficar. Pensei seriamente casar-me com a solidão e fazer do poço nossa casa. Assim, meio que detraída, abaixo da sombra de uma árvore, em um espaço vago e harmonioso, enquanto sentada pensava como seria esse estranho casamento... Algo diferente de tudo que já me acontecera nessa vida, ocorreu.Notei um raio ardente possuir meu corpo, aquecer minhas veias, fazia tudo em mim pulsar, minha alma exaltava paz ,meus olhos choravam como que soluçando,tropeçando nas lágrimas.Foi nesse momento, que tive a certeza que tudo que ocorresse dali em diante, mesmo que distante dele, nada me abalaria, as coisas, as pessoas fariam sentido.Pude ir e seguir e respirar, dormir.Foi quando o conheci.

terça-feira, 7 de julho de 2009



Dizer que não estou me divertindo nessas férias seria me opor a tudo que sou.
Nesses últimos dias, pude resgartar um pouco da minha essencia,buscar um pouco do que fui na adolescência,na infância.
Tem sido gostoso, saber que ainda tenho pessoas muito importantes na minha vida!E o mais importante de tudo, é saber que ainda consigo ficar de bem comigo mesma, de sair um pouco desse mundo turbulento e por a cabeça, a alma, o corpo em consonância.
Tenho sentido falta de ter tempo, isso do que sinto falta.
Queria ter mais tempo pra ver todas as pessoas queridas, compartilhar minhas alegrias com todas elas e que elas pudessem compartilhar as delas comigo.
Conhecer pessoas novas.
Ajudar necessitados
Correr descalça
Ou tomar banho na chuva
Conversar com pessoas mais vividas e adquirir bons valores.
Queria ter tempo pra tudo... E roubar um pouquinho de tudo pra mim.
Mas o tempo é rápido... Ele correr... e quando vejo a realidade esta escancarada bem na minha frente : HORA DE ACORDAR!
Eu só queria...
Um tempo sem problemas, um tempo sem realidade, um tempo só para sorrir!

By. Mayra

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Polícia prende homem que ensinou filho e sobrinha a roubar em SC"

Veja: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1188361-5598,00-POLICIA+PRENDE+HOMEM+QUE+ENSINOU+FILHO+E+SOBRINHA+A+ROUBAR+EM+SC.html



Será essa a educação que teremos daqui por diante?
Homens que ensinam crianças de três anos a roubar, a matar?
O que estamos fazendo pra combater toda essa violência e valores distorcidos de uma sociedade sem escrúpulos.
O que se passa na cabeça de um homem com atitudes tão rudes, desumanas, doentias?

Será que estavam certos ao dizer que é mais fácil mudar o menino de amanhã do que o homem de hoje?!
Se for verdade como afastá-los dos homens de hoje?!

Como inverter essa situação?!

domingo, 7 de junho de 2009

A gente se abre e permite que alguém faça parte de nós.

Observando casos passados, me deparei comigo mesma e como sou diferente dos demais. Não é me gabando que falo isso. Falo meio até fora do circulo, deslocada.
A maioria das pessoas acha que gostar, se comprometer com alguém é por nas mãos do outro toda responsabilidade de ser feliz. As coisas não são assim. Pelo menos para mim. Tem que haver uma balança, um olhar na mesma direção, sem que sufoque ou prive a outra pessoa dos desejos só pra te satisfazer. Claro que há exceções, uma besteirinha aqui outra ali. Mas pedir pra que seu amor mude o tempo todo, ficar chamando sua atenção de minuto a minuto... Isso não é amor! É desejo de posse.
Afinal, se não te agrada o jeito dele, por que se envolver enquanto podes estar livre e encontrar uma pessoa pra rir das mesmas coisas, que discorda de algumas opiniões sem querer impor as dele, que deixar de ir a uma festa só pra ficara assistindo filme ou ate ficar sem fazer nada, só te admirando, só pelo doce prazer da sua campainha ou até mesmo te ver em poucos minutos durante o dia pra lembrar teu cheiro e sentir sua pele?
Amor não se implora amor, se dá e recebe. É uma troca mútua quando as pessoas se abrem. Quando se permitem. É arriscar e viver.
Pedir que seu companheiro não viaje para desfrutara uma nova proposta de emprego e lhe privar de concluir um sonho, por você ter medo de ser traída ou porque vai sentir muita saudade e não sabe se vai agüentar tanto tempo longe. É egoísmo. Não é amor.
E sejamos realistas, amor que é amor agüenta tempo, distancia e sempre há confiança. São à base de qualquer relacionamento. Até na amizade, qualquer um.
Como em qualquer relacionamento o termômetro é inconstante. Não há medida certa. Seu humor pode estar ótimo e do seu companheiro não. Vise versa. Ou estarem em um dia florido. E ser tudo lindo. O importante é que se respeitem e saibam o limite muitas vezes desmedido que existe.
Uma vez me disseram que eu desistia muito fácil daqueles que eu gostava. Se tratando de amor, não acredito que “pedra dura tanto bate até que fura”. E não é que eu desista, o amor não é uma competição, é questão de você sentir que amor não se impõe, amor se conquista, se sente. É quando se tem necessidade de estar com outrem por ele te fazer bem e te fazer esquecer todo o mundo e saber que longe dali você pode ser você mesmo, ele não é uma droga viciosa te impedindo conquistar seus objetivos. Ele é um dos fatores que te impulsiona e você esta feliz porque mesmo longe ele está ali com você. É acordar cedinho pensando nele e dormir querendo escutar sua voz. É saber que ele, só ele pode te ligar de madrugada pra contar qualquer acontecimento, ou perguntar como uma pessoa boba, se você estava dormindo.
Não há como impor amor, por mais que se queira. E pensar se um dia dará certo é só mais um motivo pra se iludir. A vida não pára se não deu certo. Mesmo que ainda exista amor é preciso continuar, afinal, deve ter alguém especial nesse mundo que vai te fazer feliz e que você vai fazer feliz. Quando se está distraída, e ele simplesmente vem.
Então viva,ria,saia com amigos, desfrute dos dias ao lado das pessoas queridas e quando o amor vier largue o medo... Viva-o.

sábado, 6 de junho de 2009

Quando a trilha sonora da mine série Capitu passava entre um comercial e outro,lembro-me de ficar encantada,curiosa. A música me embalava em um ritmo pulsante.
Ao assistir o clipe senti uma paixão que não se difere bem. Posso arriscar dizer que me trouxe vida,não era como as outras músicas.
Ela não só me fazia sentir viva como trazia vida.
Os movimentos dos bailarinos entram em perfeita consonância com a música.Suas expressões suaves e precisas.Um teatro de sentimentos onde não se tem medo do amor. Onde se vive ele.
Hoje, foi um bom dia pra escutar música. Entre elas: Elephant Gun.
http://www.youtube.com/watch?v=SWSz_PAfgNc

“E ele rompe através do silêncio, tudo o que resta é o que quero esconder”


'Elephant Gun é uma arma usada para capturar animais de grande porte, principalmente elefantes, como o próprio nome diz.'

By, Mayra

FACES DO MEU SILÊNCIO

O meu silêncio não lhe diz nada porque ele fala para mim. Ele me diz coisas que preferia não escutar, ou mesmo que não existissem. Ele expressa dúvidas, insatisfações, medos e tormentos comuns a quem vive processos contraditórios, marcados por inflexões e descontinuidades. É típico da espécie humana, principalmente, a feminina.O meu silêncio é repressor, enganoso e instigante, mas quando não estou pronta para falar e ouvir é o único recurso do qual disponho.As vezes me incomoda, pois remonta a construções que prefiro negar, mas que são constantemente afirmadas pelos meus calados questionamentos.Permeado por conflitos, dúvidas e perguntas insistentes, ele fala de mim, porém você não compreende. Ele coloca em xeque as certezas que penso ter e por vezes responde perguntas que geralmente temo indagar.O meu silêncio é como eu, nega e afirma simultaneamente. É forte, frágil, doce, amargo, sutil, e impetuoso. Não existe para ser por inteiro decodificado, mas somente expressa o sincrético e tortuoso mundo dos que, como eu, encontram-se apaixonados.

Por: Patrícia Gonçalves

Os Três Mal-Amados


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


sexta-feira, 22 de maio de 2009

A sensação de estar fazendo o que realmente gosto, sem pressão, obrigação é indescritível e única.
Ao entrar na sala fui recebida com o um grande e caloroso coro: “Oi Tiaaaaa...”.
De certa forma, já havia esquecido como criança é comunicativa e te situa em qualquer situação. Recordei de mim. Dos tempos de pimpolha. Principalmente quando Rafaela, garotinha linda e esperta mostrou-se com manias semelhantes as que eu tinha na sua idade. O modo como sorria demasiadamente, e ficava beijando e abraçando e fazendo bico, quase o tempo todo quando não é notada. Fez-me identificar com ela.

Entre elas... Letícia, Eulália, Julia, Joana (...) Ficaram o tempo todo próximas a mim, querendo se mostrar.
“Tia eu sei cantar a música da lagarta. É assim...” – e Maria Vitória cantava a músiquinha com uma voz linda, digna das crianças. –
Todos queriam me mostrar alguma coisa ao mesmo tempo.
“Tia, eu tenho uma bebê. Vamos brincar de casinha?” - Rafaela, seguida de Julia e Letícia. -

Já os meninos, uns se aproximaram logo, como às meninas, também queriam me mostrar o que sabiam o que tinham e me chamavam para brincar.
“Tia brinca comigo de carro... toma um, vamos brincar” - Emanuel (e seu cabelo grande, lindo) pedia tão fofusco que mesmo com medo de decepcioná-lo por não conhecer a maneira de se brincar de carro direito (é mesmo com meu sobrinho em casa ele nunca me deu muita chance de brincar assim, o que me apavorou mais ainda, quando tive que mostrar os conhecimentos que não tinha). Mas, para minha surpresa e bem maior das crianças, pareço não ter saído tão mal no papel que me deram. Pensei isso, após Victinho e José se oferecerem para entrar na brincadeira também. Um que dissesse que seu carro era mais potente que o outro. Rs.

Entre eles, Bruno me chamou atenção. Tinha certa dificuldade de comunicação. Não falava, não ria, mal se mexia (este, quando alguém o puxava pela mão é que o fazia). Ficava próximo aos colegas, mas sem manifestar qualquer interesse ou rejeição aos colegas e de como eles brincavam. Inerte. Tentei puxar conversa, brincar, mas nem oi ele falava.
Acabei por me perder com as outras crianças que me puxavam o tempo todo. Mas as expressões de Bruno ou a falta delas ficaram comigo.

Eu ria demais e ficava meio preocupada em não poder dar atenção a todos e que eles achassem que eu tinha alguma preferência.
Notei que os meninos têm mais independência que as meninas, queriam fazer tudo sozinho. Diferente das meninas, que volta e meia me pediam alguma opinião.
Após o banho os meninos recusaram a receber ajuda para trocar as roupas, enquanto as meninas faziam fila.

Depois de prontos os meninos chegavam, tipo: “Tia, to bonito? Olha minha sandália do homem-aranha. Me arrumei sozinho”
As meninas se punham a mostrar os vestido, os penteados e perguntar se estavam cheirosas.

Na hora da refeição pouquíssimas crianças comeram. Três ou quatro rasparam o prato duas pediram repeteco e os demais encostaram a comida na boca e não quiseram mais. As supervisoras pareciam não se preocupar com a falta de apetite das crianças.
Tentei inutilmente inventar uma desculpa para que elas comecem do tipo: “Come bebê, pra ficar forte, se a gente imagina que a comida tem outro sabor, como uma torta de morango, com muita vontade o gosto muda”.

Que mania feia que a gente tem de achar que por idade, tamanho e ingenuidade as crianças não conseguem diferir as coisas. (às vezes queria voltar ao meu tempo de criança pra recordar como me sentia).

No entanto, foi muito, muito prazeroso ter essa experiência... Que daqui por diante procurarei manter.

Sempre acreditei que se pode aprender muito mais com as crianças do que com os homens que nos cercam. Como podemos proporcionar um mundo mais justo e seguro para elas, as crianças nos dão muito mais, carinho, amor, pureza e suas doces companhias, alegrando e dando sentido maior a vida.




terça-feira, 19 de maio de 2009

Tudo que é sólido pode derreter

Quem disse que 2 + 2 é = 4? Pra mim pode ser 5 ou até 58.328.....tararará.
Cansada dessas regras que me oprimem os sentidos e fazem com que minha liberdade seja limitada. Maior parte do tempo acredito que as coisas não sejam bem como me dizem, como insistem que eu acredite. Essa realidade ultrapassada que querem que eu absorva e passe adiante.
NÂO! Eu quero é o diferente, o diferenciado, o hiperativo alarmado.
Deus pode ser o contrario e o contrario ser Deus,por quê não?
Me deixa viver com essa livre sensação de poder mudar, fantasiar.
Sem modinhas e sem alienação. Deixa o pensamento único, novo, como surgiu... ser feito,refeito,sem pressão.
Quem foi que ditou a regra? Nem me perguntaram se eu queria! Já nasci sem escolhas... Descobri que posso revolucionar, transformar, musicalizar.
Ficava inquieta, ansiosa, em um grito-silencioso que dizia: “QUERO ASSIM É ASSIM QUE VAI SER”. Quando mamãe dizia que não podia subir em árvores, nem sair com estilingue pra caçar lagartixas com os primos... ”Menina, pare com isso! É coisa de garoto”. Que saco, - eu pensava-, as coisas mais divertidas ficavam para eles.
Não que eu não gostasse de brincar com minhas bonecas e fantasiar que um príncipe lindo vinha me levar com ele. Mas convenhamos, essas historias sempre foram abrobrinhas pra quando a gente crescer descobrir que sapo não vira príncipe. Se frustrar, se frustrar.
Fica acreditando que lugar de mulher é na cozinha... Quando insistiam em dar-me de presente, panelinhas rosas, casinhas,fogãozinhos...jamais, raios que os partam! Eu sorria cordialmente e com os brinquedos, bem, os brinquedos ficavam esquecidos por um canto qualquer da casa. Certa vez que me dispus a tentar essas brincadeiras, igual a menina boba,levei tão a sério que pus fogo na casa. Era balde d’água pra lá, era tanta coisas que nem chego a lembrar.
Bom mesmo era correr pela rua, sem lenço, sem documento, era falar com todo mundo sem conhecer e descobrir o que cada um sabia, ou que não sabia nada. Pra mim não tem isso de homem poder e mulher não. Sempre admirei as mulheres de fibra, que lutavam, que revolucionavam... que mostravam o diferente. Destacavam-se com bravura e sem perder a suavidade.
Eu gosto é do antagônico... Esse sim me deixa viva e acelera as vibrações pulsantes do músculo involuntário que denominaram coração. Por mim ele se chamaria ‘lufa ou bolinha conspirante ’. Qualquer coisa menos coração. Tudo teria nome... Só que nomes diferentes dos nomes. Uma nova linguagem, palavra. A mente é cúmplice do meu corpo e esses se saem melhor comigo do que ‘minha bolinha conspirante’. Ela já ta cansada, não bate tão forte como as demais que vejo por ai. Ela insisti dizer que tudo que é sólido pode derreter. Talvez seja culpa dela, nenhum relacionamento instável –se é que relacionamentos instáveis podem ser chamados de relacionamentos- eu denominaria como envolvimento de interesses iniciais. Não o sei bem... Tem muita coisa que me faz duvidar e duvidar e duvidar... daqueles romances ,tipo : felizes para sempre.
No entanto pra mim tudo tem o nome errado, a definição errada... Só se torna certo quando transformamos pro mundo particular, para o que nos revela, pra nossas verdades individuais. Ai sim elas podem fazer todo sentido denominadas de outro modo.
Ah! , minha bolinha conspirante não quer me deixar finalizar sem dizer que uma vez ela pulsou forte, muito forte... Foi em uma noite estrelada, tinha cheiro de passas carameladas, tinha príncipe, mar e fogos de artifício... só naquela noite.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Em momentos dançantes



Quando os problemas começaram já não estava mais paciente pra esperar soluções. Resolvi então jogar tudo para o alto e correr o risco. Verdade que foram três, ou teriam sido quatro turbulências em menos de três meses e que se estenderam até o fim de ano?
O que sei com certeza é que não quero transpor aqui quais foram.
Mas dizer que foi ruim toda experiência obtida e no finalzinho houve um gostinho de vitória e nem tão prazerosa assim é indispensável para que eu veja o quão duro foi tudo aquilo.
Não me deixei abalar mesmo assim e recomecei. Recomeço este que até agora tem feito com que tudo tenha uma forçar que antes não havia.
Um impulso desenfreado de abraçar o mundo sempre, pra tentar amenizar minhas próprias dores me faz ser egoísta. Essa confiança árdua em tudo me faz ser ingênua.
Depois desses dois dias que se passaram, dando de cara com o que temia... Percebi que nem era tanta coisa, assim, como fantasiava. Que era tão fraco que não valia tanto me julgar, porque o problema não estava em mim, pude ver isso e quando vi minha alma se elevou, não nego que ri um pouco de mim mesma e da situação. Chamei a mim mesma de boba e completei: “veja, nem valeria tanto assim, todo aquele tempo foi perdido e agora você vê que não era você, é tempo de viver de deixar isso passar se libertar”. Uma sensação pulsante tomou conta de mim, quando vi que é possível mudar velhos abtos ,se livrar de sentimentos impotentes.
Os momentos são cíclicos, passamos por determinadas situações milhares de vezes sem nos dar conta até absorvermos a mensagem que temos que levar pro resto da vida, talvez eu venha a passar por eles novamente caso os esqueça e relembrar a mensagem que eles me deixaram, mas sei que nunca será igual, sei que irei aprender muito mais coisas.
E dessa ultima aprendi que não adianta se culpar, perder noites em claro tentando achar uma solução, pensando se a culpa foi sua ou não o jeito é caminhar e deixar que as respostas venham por si... Ai sim, vai fazer todo sentido.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

"É preciso correr para estar no mesmo lugar."


É estranho, como ultimamente tem surgindo em mim um desejo desconcertante e gritante para que tudo entre em harmonia. Acho que isso é conseqüência dos novos tempos a que me deixei levar. Iludir-me?
Em dias em que não se tem motivos pra ter muita esperança e persistências em causas nobres,me vejo renascendo,aprimorando pensamentos que antes achava arcaico. Tenho aprendido muito e a cada passo que dou a cada caminho que traço desejo saber mais.
Tem hora em que tudo parece parar, me remetendo a um tempo em que nada evoluía, momentos que tenho medo de voltar, momentos que não se tinha paz.
Pensar nisso não é lá muito bom, mas é preciso pra continuar no caminho certo, nesse que tenho seguido. Vê pelo que passei e fazer das experiências passadas alicerces para promover meu futuro é confortante. Sinto que perdi muito tempo e agora não o há tanto como antes... É hora de repor, de correr, de lutar.
De repente sinto que as coisas podem dar certo, me sinto confiante... Onde acreditar nas pessoas volta ser possível. Um brilho que há muito não via em mim. Onde ter esperança que a exploração do homem pelo homem será extinta e que as desigualdades sociais cessaram ou diminuirá, tudo isso volta a fazer sentido pra mim.


Encheram-me de calor humano e me fizeram vê que nunca é tarde pra mudar, me acordaram de um sono profundo... Trouxeram-me de volta a vida.




Ps; O blog pra mim, agora, neste exato momento é simplificação de expressões que não consigo conter e só por meio das palavras, da escrita posso expressa-las. E mesmo que eu não ache saber escrever tão bem, tenho que admitir que não seja de tão mal. E essa transposição de sentimentos me fará bem, me fará bem como sempre faz. É a libertação da alma, é como sentir a simplicidade do poema de Pessoa, é a música me fazendo dançar.
Grazielly Mayra